domingo, 7 de abril de 2013

Do Blog do Pedlowski: O Complexo do Açu e o imaginário lobby do contra


Fruto provavelmente da situação desesperadora em que se encontram as empresas da franquia "X" e as ameaças que pairam concretamente por causa disso sobre o mega-empreendimento sendo construído no V Distrito de São João da Barra está aparecendo uma conversa para lá de disparatada. É que segundos alguns analistas haveria gente fazendo "lobby contra o Porto do Açu.

Essa sinalização é muito curiosa. Primeiro porque se há alguém protegido promovido por um impressionante lobby jornalístico, financeiro e político é o Grupo EBX e seu líder máximo o ainda bilionário Eike Batista. E não é preciso ir longe para ver isto, pois na capa da Forbes o filho dileto de Eliezer Batista conseguiu se colocar.

Se as coisas não andam boa para Eike e suas empresas "pré-operacionais" a culpa não é dos que resistem às remoções de terra que estão acontecendo no V Distrito de São João da Barra e, friso eu, que vão de encontro ao que estipula a própria Constituição estadual do Rio de Janeiro, particularmente nos incisos 1 e 2 do seu Artigo 265.

Essa coisa de lobby contra o Porto do Açu beira o hilário, mas é trágico. É que ao se levantar esse tipo de conversa, acaba de jogando para debaixo do tapete todas as violações ambientais, sociais e trabalhistas que estão ocorrendo de forma óbvia na construção desse mega-empreendimento que conta com pesada participação do governo federal através dos financiamentos camaradas do BNDES.

Por essas e outras é que o principal lobby "do contra" não está sendo feito localmente, mas na Bolsa de Valores de São Paulo onde a punição vem pela mão dos operadores do mercado de ações, e não por causa da resistência dos agricultores e pescadores do Açu. 

O mais lamentável é que a sociedade fluminense esteja assistindo a todo esse processo passivamente. Se as cobranças por transparência e cumprimento das leis brasileiras tivesse sido feita por quem efetivamente tem poder, talvez a situação do Grupo EBX não estivesse na posição tão frágil em que se encontra neste momento.

Aliás, nada mais ilustrativo do que eu disse acima do que a imagem abaixo. Certas vezes as imagens falam mais do que milhões de palavras!