segunda-feira, 25 de março de 2013

Blog do Pedlowski: Eike Batista, o megalômano, compara o Porto do Açu ao de Roterdã


Abaixo segue matéria publicada hoje pelo Jornal Valor Econômico que trata de uma ofensiva de Eike Batista via o Twitter. As postagens mostram que as perdas bilionárias em sua fortuna não domaram o aspecto megalomaníaco de Eike, que chega a classificar o problemático porto que está construindo no Açu como a "Roterdã dos trópicos". Eu fico só imaginando o que teria acontecido em Roterdã se um décimo das violações sociais e ambientais que estão acontecendo no V Distrito de São João da Barra tivessem acontecido por lá.

Mas as primeiras indicações da BOVESPA nesta segunda-feira mostram que Eike Batista vai precisar bem mais do que postagens megalomaníacas no Twitter para se safar da barafunda onde as empresas da franquia "X" estão enfiadas neste momento.

E, por último, Eike pode ser megalomaníaco, mas não é trouxa. Continua negando que teve reuniões com o (des) governador Sérgio Cabral e com ex-presidente Lula na tentativa de tirar do Espírito Santo o estaleiro que a empresa singaporiana Jurong está construindo em Aracruz. É que estando com o filme tão queimado na praça seria quase suicídio admitir uma ação tão feia.



Eike reage e classifica porto do Açu como ‘Roterdã dos Trópicos’

Por Renato Rostás | Valor

SÃO PAULO - O empresário Eike Batista reagiu no microblog Twitter às críticas sobre seus projetos, citando uma matéria publicada pela revista “Veja” que fala sobre seus investimentos no porto do Açu. Para ele, receber recursos do Estado é necessário por conta do tamanho de seus projetos e do grau de interesse nacional que eles possuem.

“Hoje temos quase 8 mil brasileiros construindo o porto do Açu! Vai se tornar a Roterdã dos Trópicos”, disse o dono do grupo EBX no site. Ele aproveitou, também, para negar que tenha se reunido com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, como diz a publicação.

Também pelo Twitter o empresário aproveitou para publicar uma série de mensagens otimistas sobre suas empresas e seus projetos. Várias delas falavam de como “os brasileiros não conseguem ver o potencial do próprio país”. “O porto do Açu é único em seu conceito no mundo”, disse Eike.

Nos últimos dias, o Twitter do empresário foi destinado a explicar parte dos empreendimentos que suas grandes empresas — LLX, de logística, MMX, de mineração, e OGX, de petróleo — realizam no Brasil atualmente. As manifestações vêm depois de um mau humor tomar conta do mercado e derrubar o preço das ações das companhias, principalmente por conta das decepções sobre o nível de produção da OGX.

Também no fim de semana, André Esteves, presidente do banco BTG Pactual, disse, em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, que a participação de Eike em suas empresas provavelmente caíra. Atualmente, ele detém entre 60% e 70% das companhias que criou, mas “o natural” seria “ter participações menores, de 20% a 30%”, estimou o banqueiro.

No pregão de hoje da BM&FBovespa, os papéis da LLX, protagonista dos “tweets” de Eike no fim de semana, subiam 4,7% por volta das 10h45, cotadas a R$ 2,01, na maior alta do Ibovespa. Já a OGX caía 1,3% na bolsa, com as ações negociadas a R$ 2,24, e a MMX registrava avanço de 0,4%, para R$ 2,44.