segunda-feira, 8 de abril de 2013

Valor da terra no Açu: m² de aluguel valendo o triplo do valor de compra/indenização


Este blog postou uma nota aqui, no dia 4 de junho de 2012, que ate hoje é uma das mais acessadas e que gera um grande debate.

Na ocasião, o blogueiro fez uma conta sobre o valor pago para as desapropriações de terras no Açu e os valores por m² de área que a LLX está alugando para empresas de apoio offshore, junto ao terminal TX-2.

Na época a LLX havia informado que já possuía contratos de aluguel de 730 mil m², para uma área total disponível para esta finalidade de cerca de 2 milhões de m².

As áreas já contratadas são para a Intermmor, 52,3 mil m², NKT Flexibles, 121 mil m², Technip, 289 mil m² e GE, 322,5 mil m² entre outras. Naquela ocasião a área alugada tinha aproximadamente 730 mil m² alugados a um valor de R$ 6/m²/mês, o que daria em termos anuais R$ 52,5 milhões anuais.

Se a conta de estimativa de aluguel para os 2 milhões de m² de área disponível teríamos um total de cerca de R$ 150 milhões por ano. Em 20 anos, R$ 3 bilhões.

Na ocasião, se fosse levado em conta, o valor a ser pago em aluguel também pelas siderúrgicas duas siderúrgicas projetadas (Wisco e Ternium) para uso do terreno, chegou-se a estimar, também em uma década, uma receita de renda de aluguel superior a R$ 5 bilhões.

De outro lado, não se pode esquecer que o valor médio de terra pago como desapropriação aos pequenos produtores rurais foi (ou será ainda, porque a maioria deles ainda não recebeu, é de R$ 90 mil por alqueire, que divididos por 48.400 m² da quantidade de m² por alqueire), dá a quantia de R$ 1,86 ou, aproximadamente R$ 1,90/m2. 

Assim, se vê a discrepância entre a compra por R$ 1,90 por m² e o valor do aluguel mensal de R$ 6 por m², mesmo considerando as chamadas benfeitorias que foram negociadas para a área do Distrito Industrial de São João da Barra (DISJB) e as que são ofertadas como infraestrutura do Complexo do Açu. 

Com estas contas reapresentadas, é possível deduzir que a incorporação imobiliária, fora o projeto da Cidade X, se transformou, num dos mais importantes itens de faturamento do grupo EBX, superior até a algumas atividades industriais e de logística que arrastam estas demais atividades projetadas para o Complexo do Açu.

Desta forma, se compreende como o uso do solo e a apropriação do território é um item importante nas estratégias de acumulação de capital do grupo EBX e o porquê das pressões e até truculência nos processos de desapropriação já vistos naquela região e amplamente divulgadas.

Esta é mais uma reflexão que o blog faz abertamente sobre o processo de implantação do Complexo do Açu e para a qual solicita a opinião de todos que acompanham o assunto, assim como a Codin e o próprio grupo EBX.

Aliás, os termos da chamada PPP (Parceria Público Privada) entre o governo do estado do Rio de Janeiro, através da Codin e o grupo EBX, para a instalação do DISJB até hoje não foi devidamente divulgada e publicizada.