Coisas estranhas sempre acontecem no âmbito do Poder Público municipal e estadual quando se trata das empresas de Eike Batista. Licenças ambientais são liberadas rapidamente e quase que em um passe de mágica; instâncias decisórias são ignoradas; instituições públicas ficam a serviço do empreendimento privado do Açu e por aí vai. A mais notícia é que o processo que tramita na Justiça contra o porto do Açu simplesmente desapareceu do sistema eletrônico do Tribunal de Justiça, dificultando o acompanhamento da tramitação. Será que tais fatos estranhos acontecem com os processos movidos pelo Grupo EBX também ou é uma exclusividade dos que não detém o poder econômico? Fica no ar essa questão.
O serviço de informática da Justiça Federal do Rio de Janeiro, até o fim da noite de ontem, havia sumido com as petições do processo judicial de embargo do Porto do Açu, obra de Eike Batista, no sistema de tramitação eletrônica da corte.
O apagão dificulta que as partes acompanhem o caso no tribunal e deixam os advogados sob risco de perderem prazos de contestação. Os advogados dos moradores que sofreram com as desapropriações em São João da Barra aguardam para hoje a normalização do sistema.
O fato já havia ocorrido antes. O tribunal demorou seis dias para cadastrar o processo e as petições, na semana passada, apareciam e sumiam de uma hora para outra. Os funcionários informaram aos advogados que desconheciam a causa do problema.