quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Do Blog do Prof. Roberto Moraes: LLX consegue que BNDES prorrogue financiamento por 3 anos

A informação foi confirmada agora em release da Assessoria de Imprensa da LLX. O adiamento do empréstimo de R$ 518 milhões foi por um prazo de 3 anos. Apesar de comentado antes, só hoje a prorrogação foi confirmada.

Foto da LLX sobre obras do porto em 03-09-2013

O empréstimo, que foi firmado em fevereiro de 2012. Os juros do financiamento serão pagos anualmente até 2016, informou a LLX.

A empresa informa ainda que no dia 3 de maio, fez a renovação de empréstimo-ponte de R$ 467,7 milhões com o Bradesco com prazo do financiamento foi estendido por 18 meses e vencimento em outubro de 2014.

A empresa negocia suas dívidas com bancos para efetivar a transferência do controle de Eike Batista para o grupo americano EIG, por R$ 1,3 bilhão.

Agricultor pede indenização milionária devido à salinização na região do Açu



O agricultor Durval Ribeiro de Alvarenga, morador da localidade de Água Preta, zona rural de São João da Barra, é o primeiro a ingressar com uma ação judicial individual que pede indenização por danos morais e materiais causados pela salinização da água doce na região do Açu. O aumento da salinidade teria sido causado pela dragagem da areia do mar para o aprofundamento do canal navegável do Complexo Portuário iniciado pelo empresário Eike Batista. O material dragado teria sido utilizado ainda para o nivelamento do terreno do complexo. Atribui-se a causa o valor inicial de R$1.009.560,00 (um milhão nove mil quinhentos e sessenta reais).


De acordo com a ação, o produtor desenvolvia há décadas, em sua propriedade, o cultivo de abacaxi, cana de açúcar e quiabo, além da pecuária de leite. As atividades tiveram considerável queda depois de constatada a salinização da água doce da região, utilizada pelos agricultores para o cultivo. São citadas como causadoras do dano ambiental as empresas LLX Logística S.A., OSX Brasil S/A e a americana Centennial Asset Mining Fund LLC.

Apesar de o Ministério Público já ter intercedido no caso, essa é a primeira ação que aprecia os danos individuais em virtude da salinização. “Outros produtores estão nos procurando para mover ações individuais”, afirmou Bruno Dauaire, advogado do autor. 




Entre os danos apresentados na ação, defendida pelos advogados Bruno Dauaire e Paolo Kury, estão a perda e redução da produção. “Após décadas de próspero cultivo e pastoreio, subitamente, em outubro de 2012, o autor começou a identificar o emagrecimento de seu rebanho, e a deterioração súbita de sua colheita, tendo os frutos sido atacados por queimaduras típicas de alta exposição ao sódio”, consta no processo.

Os agricultores da região teriam procurados técnicos da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), que constatou o aumento de sódio no solo e, consequentemente, nas reservas de água na região. Posteriormente, a presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, confirmou que houve um transbordamento da água salgada do sistema de drenagem da dragagem de areia do mar, sob responsabilidade da OSX.

O processo está na 2ª Vara Cível de São João da Barra, sob o número 0002720-19.2013.8.19.0053.

Do Blog do Prof. Pedlowski: Dissertação de mestrado sobre desapropriações no Porto do Açu está disponível online



A dissertação de mestrado do sociólogo e mestre em Políticas Sociais pela Universidade Estadual do Norte Fluminense, Felipe Medeiros Alvarenga, sobre as desapropriações feitas (des) governo de Sérgio Cabral para a construção do Porto do Açu do Grupo EBX do ex-bilionário Eike Batista já está disponível online. 

Para acessar e baixar basta acessar o seguinte link:


Este trabalho, de grande folego acadêmico, é produto de uma cuidadosa pesquisa de campo realizada pelo Felipe Medeiros e traz revelações surpreendentes sobre este processo que afetou negativamente a vida de centenas de famílias de agricultores familiares no V Distrito de São João da Barra.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Do Blog do Prof. Roberto Moraes: Geólogo Everaldo Gonçalves volta a fazer sérias denúncias contra os projetos de Eike


O geólogo e jornalista mineiro Everaldo Gonçalves encaminhou ao blog seus comentários sobre a nota postada abaixo pelo blog "Anglo e Eike: água, licenciamento e outras questões". O blog reproduz na íntegra o seu texto que contém fortes críticas e denúncias sobre problemas financeiros e técnicos nos empreendimentos do grupo EBX:

"Prezado Roberto Moraes,

Volto ao seu blog para contribuir com suas boas e isentas análises sobre os projetos mirabolantes de Eike Batista e sua ex-EBX.

Certamente eu fui o principal ou o único técnico geólogo que há mais de dois anos tenho mostrado a inconsistência dos projetos de Eike Batista. Fiz cinco artigos publicados no Portal Brasil 247 e denunciei ao BNDES e à presidente Dilma Rousseff, mas o mercado fechou os olhos, como se encantado pelo canto da sereia do dinheiro fácil que o falso Midas oferecia. Basta procurar no Google Everaldo Gonçalves e Eike Batista e é possível encontrar meus artigos que não eram premonitórios mas críticos.

Sua crítica de hoje Anglo e Eike e a transcrição da coluna do Ancelmo Goes são pertinentes sobre o uso das águas do Rio do Peixe, que não dispõe de vazão suficiente para o projeto de fazer a polpa para trazer 26 milhões de toneladas/ ano de minério de ferro ao Porto Açu, se ambos saírem da prancheta. O mineroduto de 525 km. está, talvez, com 70% executado, mas há restrições ambientais e do Ministério Público, na outorga da água, aprovação da licença ambiental partilhada na mina, no mineroduto e no porto.

Então, muita água vai rolar nesse rolo antes de passar pelo mineroduto.

São tantas contradições, falhas e erros de projetos, mentiras, conivência, apadrinhamento que não é possível separar o joio do trigo, o diamante do cascalho. Mas, ainda que os projetos fossem sólidos, uma a um se desmancha no ar! Quem é o culpado? O próprio Eike Batista, um aventureiro numa atividade – mineração que em si já é de elevado risco – e todas as autoridades do Ministério Público, agentes financeiros oficiais e a BOVESPA, auditores e o governo que fez do falso Midas, seu modelo de capitalismo e fracassou.

De fato o valor de compra das “minas” divulgado como de 5,5 bilhões de dólares, mais os investimentos para desenvolver a “mina” de baixo teor de ferro, ao redor de 28%, que precisa gastar energia comprada para elevar o teor para 65% a 68%, implantar o mineroduto de 525 km, e fazer a planta de separação e aglomeração do minério e o porto que não tendo calado (praia do açu = praia grande, não porto grande ou pior super porto grande) que exigiu uma ponte de 3 km, para calado de 18 m. e dragagem de um canal de mais de 20 km para receber navios de 26 m. de calado ou Chinamax. Ocorre que as correntes trazem os sedimentos jogados no mar pelo Rio Paraíba do Sul e o canal logo fica assoreado, num trabalho de Sisifo. Isto no denominado TS1. Não satisfeito com o TS1 que é da Anglo American e da LLX, esta empresa X se meteu a fazer um porto onshore (em terra que elimina a vantagem propalada do offshore) e precisa dragar o canal para dentro do continente. O quebra-mar previsto para o TS1 foi previsto e iniciado com blocos de rocha fixados por core-logs. Quando começou o TS 2 os espanhóis da Acciona entraram na construção com a inovadora técnica em nosso meio de usar os caixões de concreto cheios de areia para o quebra-mar. A mesma técnica passou para o TS 1 que parece que está ficando com um quebra-mar ou quebra-LLX misto. A Anglo não sabe mais o que fazer para sair desta enrascada que já causou inúmeros adiamentos na conclusão do Projeto Minas-Rio, e o preço está absurdamente elevado para empresas tradicionais de mineração. Pior é que o valor inicial da compra das concessões de ferro de baixo teor, cujas reservas são muito inferiores daquela divulgada de bilhões de toneladas, não chegam a casa do bilhão. Portanto o valor divulgado da venda de U$ 5,5 bilhões não pode ser real. Tanto que Eike com 480 milhões de reais comprou as minas marginais da Serra do Itaiaiaçu - Serra Azul – MG, e em Dom Joaquim, próximo das áreas da Anglo, jazidas de mesma grandeza foram vendidas, mas recentemente por 400 milhões de reais. 

Então o valor das áreas de ferro, que Eike recebeu de graça da União e vendeu para a Anglo, não pode ter sido de U$ 5,5 bilhões, mas tudo indica, inclusive o imposto de renda, que na verdade Eike recebeu apenas, o que já foi muito, 500 milhões de dólares e os cinco bilhões, foi mandado da África do Sul, para o paraíso fiscal do estado de Delaware, nos Estados Unidos, como dinheiro repatriado, com medo de expropriação das minas. Tanto isso é verdade que a Receita Federal aplicou multa de R$ 3,3 bilhões por sonegação dessa operação de venda, com lucro que deveria ter sido declarado e pago da venda das concessões por R$ 11 bilhões.

Os problemas no Açu vão das desapropriações mal pagas; a contaminação dos aquíferos pela dragagem salgada nos aterros; as constantes mudanças nos projetos integrados de siderurgia, fábrica de cimento com a escória, fábrica de tubos e de carros com o aço; e usinas termelétricas a carvão da Colômbia e gás da OBX, cujo gás já acabou. A zona costeira desde Atafona e a praia do Açu, conforme seu blog tem mostrado e eu ajudei na explicação, sofre sério problema de erosão, que pode colocar em risco, junto com as dunas movediças, sérios problemas aos projetos da LLX. 

O caso do empresário Eike Batista é seríssimo, pois é o modelo do novo capitalismo sem capital, que tem sido colocado em prática nestes anos de governo do PT (os outros governos, também, não foram diferentes, cada um teve seus parceiros), com dirigentes sindicais que dominam o dinheiro dos fundos de pensão e dos Bancos Oficiais, FAT, FGTS e outros. É um crime de lesa-pátria! 

Um dia esperamos, nós brasileiros, que tudo seja apurado. 

O BNDES emprestou para as empresas de Eike Batista, cerca de R$ 10,4 bilhões, dos quais R$ 6,6 já foram liberados e pelo menos 500 milhões de reais não possuem garantia real. Denunciei à ouvidoria e à presidência da República. E, apenas do banco recebi resposta que os empréstimos foram bem analisados por rede de 35 técnicos e estão ok; da Presidente Dilma Rousseff não tive resposta e fiz por carta aberta e mensagem pessoal. Os bancos que deram as garantia não sabem o que fazer. 

O capitalismo é isso cria e destrói seus mitos. 

Qual será o próximo? Tem boi na linha, quando a propaganda da carne, que é fraca, é muita o santo desconfia.

Caro Roberto Moraes, é com estas palavras de minha experiência profissional e de visa, que posso contribuir com a crítica no seu Blog.

Um abraço,
Everaldo Gonçalves
Geólogo e jornalista."

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Do Blog do Prof. Pedlowski: ASPRIM reúne agricultores para discutir próximos da luta no Porto do Açu




A ASPRIM, que vem liderando o processo de resistência contra o processo de tomada de terras por parte da Companhia de Desenvolvimento Industrial do Rio de Janeiro (CODIN) para a construção do Porto do Açu, realizou uma animada reunião no dia de ontem (01/09). Nessa reunião foi feito um balanço da situação em que se encontra a luta pela defesa da agricultura familiar quando foi dada uma ênfase especial aos avanços recentes no esforço de permanecer no V Distrito de São João da Barra.


Segundo Rodrigo Silva (vice-presidente da ASPRIM), a partir da entrada da queixa-crime no Superior Tribunal de Justiça por 29 de agricultores do V Distrito, a luta que estava basicamente restrita à região Norte Fluminense acabou ganhando uma repercussão internacional, o que vem contribuindo para que mais pessoas se juntem ao esforço de defender a agricultura familiar.



Essa repercussão deverá ganhar um novo capítulo esta semana porque na 6a. feira (06/09) será realizada uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, presidida pelo deputado Marcelo Freixo (PSOL), que deverá contar com uma numerosa delegação de agricultores do V Distrito. Essa audiência que será realizada no plenário principal da ALERJ também deverá reunir representantes do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), da CODIN e das secretarias estaduais de Ambiente e de Desenvolvimento Econômico, e também do Grupo EB(X) de Eike Batista.

Uma coisa é certa: com o nível de disposição que ficou patente na reunião da ASPRIM, os representantes do (des) governo de Sérgio Cabral e do grupo de Eike Batista terão que estar preparados para dar explicações plausíveis para os graves problemas que decorreram da implantação do Porto do Açu. Afinal, a unidade dos agricultores está mais forte do que nunca, e as cobranças deverão ser fortes.


domingo, 25 de agosto de 2013

Cariocas e mineiros unidos para denunciar ilegalidades no Porto de Eike

Portuário do Açu prejudica moradores do dois estados. Cabral e Eike são investigados pelo MPF

Cláudia Freitas

O que as famílias de Barra do Açu, que fica na região Norte Fluminense de São João da Barra, têm em comum com as famílias de Conceição do Mato Dentro, localizada a 167 quilômetros de Belo Horizonte, em Minas Gerais? A pergunta será o principal assunto do Encontro das Comunidades em Resistência ao Projeto Minas-Rio, que começou nesta sexta (23/08) e vai até domingo (25), em Barra do Açu. 


Obras no Portuário do Açu, em São João da Barra, geram polêmica e processos

Organizado pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) e o Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais da Universidade Federal de Minas Gerais (Gesta/UFMG), o evento vai discutir os impactos socioambientais provocados pelas obras de instalação do Complexo Portuário do Açu, pelas empresas do Grupo EBX, de Eike Batista, com apoio dos governos estaduais e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O objetivo é a troca de experiências entre os moradores dos dois estados, prejudicados com o megainvestimento. Durante essa semana, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) acolheu a queixa crime apresentada por agricultores do Açu, contra o empresário Eike Batista, o governado do Rio, Sérgio Cabral e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho.


O empreendimento Portuário do Açu compreende o projeto “Minas Rio”, englobando um mineroduto de 525 km de extensão, construído pela empresa Anglo American, com sede no Reino Unido e capital aberto em Londres e Johannesburgo. O mineroduto corta 18 municípios no seu trajeto que vai da cidade mineira de Conceição do Mato Dentro, onde inicia o túnel, até o distrito fluminense de Barra do Açu, no ponto de construção do porto idealizado por Eike Batista. Próxima ao Quadrilátero Ferrífero, Conceição do Mato Dentro tem uma biodiversidade muito rica, mas que está sendo devastada pelas obras do portuário. “Cachoeiras, a vegetação, campos, florestas, formações rochosas, toda a riqueza natural da região está em vias de destruição pela mineração”, denuncia Carlos Bittencourt, pesquisador da Ibase. 

O Ministério Público Federal questiona desde 2010 a desintegração do licenciamento das obras do Portuário do Açu. A mina é licenciada pelas Superintendências Regionais Ambientais de Minas Gerais (Supram), o mineroduto pelo Instituto Brasileiro Meio Ambiente e Recursos Renováveis (IBAMA) e o porto, pelo Instituto de Meio Ambiente do Rio (Inea). “A estrutura é bem representada pelo dito popular ‘dividir para reinar’. É isso que está acontecendo em Minas e no Rio, são problemas similares, que violam os direitos humanos e ambientais”, diz Bittencourt. Ele acredita que um estudo eficiente para demonstrar a extensão do impacto ambiental causado pelas obras do complexo deve unir todos os contratos de licenciamentos, apoiado por um novo laudo técnico das condições atuais de cada área afetada.


Segundo Carlos Bittencourt, um dos problemas mais graves da mineração promovida pela Anglo em Conceição do Mato Dentro diz respeito ao acesso às fontes de água potável, comprometendo o ecossistema semiárido da região. “Os moradores estão sofrendo com a falta de água, resultante da erosão provocada pela mina da Anglo, que contaminou o rio Passa Sete, tornando a sua água imprópria para consumo e até para o laser”, explica o pesquisador. No caminho do mineroduto, ficam as marcas do abandono e da degradação do meio ambiente, transformando a rotina das populações que antes sobreviviam da pesca, agricultura e sobreviviam dos recursos naturais.


Mineração da Anglo em Minas Gerais deságua no Porto do Açu, no Rio

A Anglo American entrou no empreendimento em 2008, atuando através da Anglo Ferrous Brazil, empresa criada por ela visando as negociações de minério de ferro no país e rapidamente adquiriu de Eike Batista a mina de Conceição de Mato Dentro. Seu primeiro investimento foi o mineroduto que deságua no Rio de Janeiro, na região do Açu. Em solo carioca, as reclamações e denuncias tomam maiores proporções e se voltam contra a LLX e a Codin, órgão do governo estadual. As desapropriações compulsórias de pequenos agricultores do Açu geraram processos contra Eike Batista, o governado do Estado, Sérgio Cabral e sobrou até para o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, pelo fato de ter liberado verbas destinadas às desocupações e implantação do porto, estaleiro e plataforma industrial. A ação foi proposta ao STJ pelo advogado Antônio Maurício Costa, que representa famílias desapropriadas, apresentando notícia crime sobre as ilegalidades cometidas. O recurso foi acolhido esta semana e as investigações agora serão conduzidas pelo Ministério Público Federal.

As famílias de São João da Barra acusam a Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Codin), responsável pelas desapropriações, do uso de violência para cumprir a determinação do estado. As vítimas contam que a CODIN e a empresa LLX fazem constantes ameaças, especialmente quando o morador resiste à ordem. O conteúdo do processo procura evidenciar que os ricultores foram prejudicados “por dois decretos ilegais e arbitrários de desapropriação de aproximadamente 7.200 hectares de terra no Açu, tendo como base o relatório feito pela Associação de Geólogos Brasileiros, no Rio de Janeiro, na retroárea do Porto do Açu”, destaca o argumento de Costa. Ele destaca que a defesa de Eike Batista para esta ação é feita pelo escritório Andrade & Fichtnerl, que teve como sócio até o ano de 2006 o atual secretário de Estado da Casa Civil, Régis Velasco Fichtner, e continua sendo administrado pelos familiares do secretário de Cabral.





No mesmo período em que Costa entrou com as ações no STJ, novas denúncias surgiram contra as operações da LLX no Portuário do Açu. Dessa vez quem fez o alerta foi o geógrafo Marcos Pedlowski, doutor em Environmental Design And Planning - Virginia Polytechnic Institute and State University, dimensionando o impacto ambiental na região, interferindo na qualidade da água e prejudicando o solo fértil, contaminados pelo aumento expressivo de salinidade. Segundo o especialista, os danos podem ser irreversíveis para a natureza e, consequentemente, para a economia do lugar, que tem sua base na agricultura e pecuária. Para Pedlowski, a devastação ambiental no Porto do Açu pode representar uma das maiores tragédias dessa natureza no estado. A contaminação aconteceu durante as perfurações e extração do sal para a construção do complexo, por uma falha técnica em um dos tanques de transferência que provocou o derrame de água salgada para os córregos, rios e propriedades de pequenos agricultores. A geografia íngreme da área contribuiu para o derrame da água salgada em direção às fontes doces.

O vice-presidente da Associação dos Pequenos Agricultores de São João da Barra (Asprim), Rodrigo Santos e a moradora Noêmia Magalhães, de 66 anos, vão liderar os debates no Encontro das Comunidades em Resistência ao Projeto Minas-Rio. Noêmia é uma das proprietárias que resiste às intimações da LLX e Codin. Apesar de ter recebido a citação de desapropriação da sua propriedade, ela diz que não vai sair das suas terras com tanta facilidade e já entrou com recurso contra o governo estadual. “O que está acontecendo aqui no Açu é uma atrocidade que o mundo precisa saber. Um crime contra a população e a natureza. Estamos aflitos, não conseguimos deitar a noite e dormir em paz, por isso estamos adoecendo. Ainda vai morrer mais gente por causa das irregularidades que a Codin e a empresa do Eike Batista estão cometendo. Eu não vou sair da minha casa, não vou”, disse. Ela pretende dizer às pessoas que passam pelo mesmo drama em Minas Gerais para não entregarem as suas casas e procurarem as delegacias para fazer registros de ocorrência dos casos de violação.

O evento teve a sua abertura às 17h desta sexta (23), com a chegada dos grupos mineiros e formação de mesas de debates. Participam o professor e engenheiro do Instituto Federal Fluminense, Roberto Moraes, que desenvolveu estudos de campo na região do Açu, com foco no meio ambiente e social, além de membros da Defensoria Publica dos estados de Minas e de Campos dos Goytacazes, no Rio. Os resultados do encontro serão divulgados na próxima semana e apresentados na audiência pública que deve acontecer em setembro, na Alerj, solicitada pela Comissão de Direitos Humanos da casa. 

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Do Blog do Prof. Pedlowski: STJ acolhe queixa-crime de agricultores do Açu contra Sérgio Cabral, Eike Batista e Luciano Coutinho



Quando Eike Batista e Sérgio Cabral pensavam que as coisas não poderiam piorar para o seu lado, eis que a ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça, acaba de mostrar que aquilo que está ruim sempre pode piorar. É que na tarde desta 4a. feira (21/08), a ministra Nancy Andrighi decidiu acolher a queixa-crime apresentada por 29 agricultores do V Distrito do município de São João da Barra contra Eike Batista, Sérgio Cabral e Luciano Coutinho. 

Agora o processo passará para a esfera do Ministério Público Federal que deverá apurar as possíveis responsabilidades acerca das graves denúncias que deram conteúdo à queixa-crime que agora está sendo acolhida.

Abaixo imagens do andamento do processo onde aparece a decisão tomada pela ilustre ministra Nancy Andrighi. Essa decisão pode ser apenas o começo de um longo calvário legal para esses dois grandes dois amigos que agora terão a companhia do presidente do BNDES.



domingo, 18 de agosto de 2013

Do Blog do Prof. Roberto Moraes: Portaria fechada há mais de dois meses na localidade que empresta o nome ao porto do Açu prejudica a comunidade que se vê como quintal


A comunidade de aproximadamente 2 mil moradores que empresta o nome ao empreendimento do Porto do Açu convive há mais de dois meses (confira a data de 10-06-2013 na foto) acima com a portaria que dá acesso ao porto e às obras do estaleiro fechada.

A entrada pela portaria principal, agora, única do empreendimento, exige a circulação de aproximadamente 40 quilômetros, quase a mesma distância para os trabalhadores que veem de Campos, ou da sede do município de São João da Barra.

Como a entrada "principal" fica mais acessível pela BR-356 entrada de Caetá, ou de Cajueiro, os moradores do Açu dizem que ficaram com o nome no empreendimento e alegam que os tratam como sendo apenas um quintal, abandonado.

Reclamam este descaso dos empreendedores, não aceitam o argumento de economia com apenas uma equipe de vigilantes de uma portaria e também reclama do abandono do poder público municipal que não se mobiliza por uma reversão da decisão além de não atender outras demandas da comunidade.

Assim, reclamam os pequenos proprietários rurais que foram desapropriados de forma violenta, muitos sem ainda terem recebido os valores "impostos" (que também são questionados) e também aqueles da comunidade que se organizaram para buscar algum retorno com o aumento da circulação de pessoas, que no auge da contratação de pessoas teria chegado a mais mil pessoas que ficavam em alojamentos ou em casas alugadas, hoje, tudo vazio.

As obras de implantação do porto e da unidade de construção naval (estaleiro) que chegou a ter mais de 4 mil trabalhadores, hoje estima-se em algo em torno de 700 trabalhadores.

Restaurantes e outros pequenos comércios da localidade sofrem barbaramente pela redução do movimento e pelos débitos deixados pelas empresas terceirizadas que foram embora da região e alegaram dificuldades de honrar seus compromissos, por também não terem recebidos seus créditos de quem os contratou.

Desta forma, a comunidade reclama que ganham os que sempre ganharam e perdem os que sempre perderam.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Eike acerta venda da LLX por R$ 1,3 bilhão

Grupo americano EIG se comprometeu a subscrever ações da empresa, que opera porto do Açu, em aumento de capital

Quando a operação for concluída, a fatia de Eike na LLX vai cair de 54% para 21%; negócio surpreendeu o mercado


RAQUEL LANDIM DE SÃO PAULO, RENATA AGOSTINI DE BRASÍLIA, DENISE LUNA
e MARIANA SALLOWICZ DO RIO

O empresário Eike Batista acertou a venda do controle do porto do Açu, em São João da Barra, no litoral norte do Rio de Janeiro, para o grupo americano EIG. O lance surpreendeu o mercado, porque o porto era considerado um dos maiores "elefantes brancos" de Eike.

O EIG se comprometeu a subscrever até R$ 1,3 bilhão em ações da LLX, empresa que opera o porto do Açu, em um futuro aumento de capital. O preço fixado para a ação é de R$ 1,2.

O negócio ainda está sujeito a finalização do processo de "due diligence" (uma análise aprofundada dos números da LLX) pelo EIG.

Quando a operação for concluída, a fatia de Eike na LLX vai cair de 54% para 21%. Se os outros minoritários não aderirem ao aumento de capital, os americanos chegarão a 61% de participação na LLX. Se todos aderirem, o EIG ficará com 33% e, mesmo assim, irá se tornar controlador da empresa.

As ações da LLX subiram 17% ontem, para R$ 1,51, porque a saída de Eike do controle é vista como uma oportunidade para a empresa por abrir canais de crédito.

A crise do grupo EBX tornou o nome de Eike "tóxico" para o mercado.

O investimento do EIG será feito via aumento de capital para que os recursos permaneçam na LLX e não possam ser usados por Eike para pagar dívidas em outras empresas.


CRISE DE CREDIBILIDADE

O grupo EBX enfrenta profunda crise de credibilidade, desde que a produção da petroleira OGX decepcionou. Eike já vendeu o controle da termelétrica MPX à alemã E.ON e negocia a venda de outras empresas para pagar dívidas.

O empresário vem sendo assessorado nessa liquidação de ativos por André Esteves e sua equipe no BTG. Mas não foi o banqueiro que trouxe o comprador da LLX.

A percepção no BTG e no mercado era que seria difícil vender o porto do Açu, em razão dos investimentos necessários para terminar as obras e por causa das dívidas.

O projeto total está orçado em R$ 4 bilhões. As dívidas da LLX chegavam a R$ 1,8 bilhão no fim do primeiro trimestre, sendo R$ 863 milhões de curto prazo (R$ 345 milhões com Bradesco e R$ 518 milhões com BNDES).

Para a LLX, o valor levantado no aumento de capital mais as linhas de crédito já existentes serão "suficientes" para fazer os investimentos e equacionar a dívida.

Segundo a Folha apurou, a possibilidade de venda da LLX começou a ganhar força há três semanas, graças à ajuda de Ricardo Antunes, ex-presidente da LLX e hoje sócio da mineradora Manabi.

O grupo EIG, um líder global no setor de energia com US$ 12,8 bilhões sob gestão, é sócio da Manabi. No fim do ano passado, os americanos aplicaram US$ 150 milhões na mineradora, que ainda está em fase pré-operacional.

Foi Antunes quem convenceu os sócios americanos das vantagens da aquisição, embora o negócio tenha sido fechado entre LLX e EIG, sem participação da Manabi.

A avaliação dos compradores é que o ativo é bom, já tem licenciamentos ambientais aprovados e boa parte das obras foi concluída. Outra vantagem seria o expressivo tamanho do distrito industrial do porto, o que significa área para arrendar para outras empresas.

AGRICULTORES

Para a criação do distrito industrial, centenas de pequenos agricultores foram desalojados e tentam obter suas terras de volta. Se o negócio for fechado, seu pleito se torna mais difícil.

Além disso, a LLX possui um acordo com a Anglo American, cujo contrato prevê o início do pagamento para usar o porto mesmo que os embarques de minério atrasem.

Para a Manabi, também pode ser estratégico que o EIG se torne sócio do porto do Açu. O negócio tem potencial de facilitar os embarques do minério de ferro da Manabi, cuja mina está localizada em Minas Gerais, bem perto da Anglo American.

LLX, de Eike, registra prejuízo de R$ 73,6 milhões


Empresa de logística do grupo EBX encerrou o segundo trimestre com prejuízo líquido de R$ 73,6 milhões, ampliando resultado negativo de R$ 6,89 milhões registrado um ano antes; ontem, a companhia anunciou que o empresário deixou de ser seu acionista controlador, transferindo-o para a norte-americana EIG Management 

SÃO PAULO, 15 Ago (Reuters) - A empresa de logística LLX encerrou o segundo trimestre com prejuízo líquido de 73,6 milhões de reais, ampliando resultado negativo de 6,89 milhões registrado um ano antes.

A companhia, que anunciou na véspera que o empresário Eike Batista fez acordo para transferir o controle da companhia para a norte-americana EIG Management por 1,3 bilhão de reais, divulgou no balanço aumento no orçamento de investimento na unidade Minas-Rio de 974 milhões para 1,74 bilhão de reais.

A LLX informou que será responsável por 390 milhões de reais do excedente de investimento na LLX Minas-Rio. O projeto é tocado em parceria com a Anglo American.

A empresa, cujo principal ativo está sendo construído no Rio de Janeiro, o Porto do Açu, registrou receita líquida de 14,27 milhões de reais no segundo trimestre, queda ante os 17,8 milhões faturados um ano antes.

As despesas administrativas recuaram de 41,89 para 30,68 milhões de reais no período.

A companhia encerrou o trimestre com caixa de 326 milhões de reais, com financiamentos de 2,2 bilhões de reais.

(Por Alberto Alerigi Jr.)